Parágrafo Novo
Autódromo Internacional de Cuiabá
Paixão pela terra e pela velocidade une família no Kartcross do Mato Grosso

Cuiabá
O kartcross mato-grossense ganhou um brilho especial neste fim de semana com a presença da Família Grassi — Luiz Carlos Grassi, Lidiana Martins Castanho e a jovem piloto Ana Clara Grassi, todos pilotos filiados à FAEMT (Federação de Automobilismo do Estado de Mato Grosso) e à CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo).
O trio esteve em Cuiabá para disputar a 9ª e a 10ª etapa do Campeonato Mato-grossense de Kartcross, realizadas no Autódromo Bom Futuro, reforçando o clima familiar e competitivo que marca o esporte no estado.
Luiz Carlos conta que sua entrada no automobilismo aconteceu por acaso, há cerca de um ano e meio. Ele acabou recebendo um kart como parte do pagamento de uma dívida.
“Eu tinha uma dívida para receber, e a pessoa me pagou uma parte com um kartcross. Peguei, fui conhecer, comecei a andar e gostei. Foi totalmente por acaso que entrei no automobilismo”, relembra.
A partir daí, a paixão cresceu rápido.
“Comprei outro kart, ajustei, fiz um pra Ana… e quando vi já estávamos os três andando. A família começou a gostar também, aí virou festa.”
A mãe no Força Livre
Lidiana, antes apenas acompanhante nas pistas, logo decidiu entrar de vez no esporte e com ousadia.
“Eu disse que não queria ir na categoria CBA (com motores equalizados e menor potência)… queria ir logo no Força Livre. Ele até perguntou se eu tinha certeza, porque é muita potência. Mas eu queria ir”, conta ela.
Com o kart pronto desde outubro, Lidiana já se arrisca nas competições.
“O medo é mais de atrapalhar o pessoal da frente, mas estou indo. Hoje quero pelo menos chegar em oitavo.”
Ana Clara, 14 anos: a piloto da nova geração
Única mulher na pista até a chegada da mãe, Ana Clara Grassi já demonstra talento, postura e personalidade.
A paixão começou cedo, ainda antes de ter o próprio kart.
“Lá em Sorriso, quando eu não alcançava o pedal, meu pai colocava um travesseiro nas minhas costas. Foi ali que peguei gosto”, lembra.
Sua primeira corrida oficial foi na Parecis CUP, em Campo Novo do Parecis (MT), e desde então ela não saiu mais das pistas.
Sobre dividir o traçado com o pai e a mãe, Ana diz:
“É emocionante. Eles (os demais pilotos) ainda estão se acostumando com a ideia de ter uma mulher no meio de tanta gente.”
E quando perguntada sobre o que é mais difícil — correr de kartcross ou fazer prova da escola — a resposta é imediata:
“Fazer prova da escola.”
Raízes em Sorriso
Morador de Sorriso desde 1998, Luiz reforça que foi ali que a família construiu toda a sua trajetória.
“Minha menina nasceu lá, foi onde fizemos nosso pé de meia. Sorriso é minha terra. Não penso em sair.”
Texto:João Morini - Assessoria FAEMT









